Cientista conta como se recuperou sozinha de um derrame, num tratamento de oito anos que se tornou uma história de superação pessoal
Publicada em 06/08/2010 às 00h01m
Gilberto Scofield Jr.SÃO PAULO - Na manhã do dia 10 de dezembro de 1996, a neurocientista Jill Bolte Taylor acordou com uma dor aguda atrás do olho esquerdo. O quadro foi evoluindo para uma progressiva disfunção motora e confusão mental que a deixaram apavorada. Mais de quatro horas depois, ela recebia o diagnóstico do qual já tinha certeza: sofria um derrame no hemisfério esquerdo do cérebro. Jill viu o lado direito de seu corpo paralisar e perdeu até mesmo a habilidade de falar. Mas o que parecia um trágico relato pessoal de derrota para uma doença que atinge milhões de pessoas no mundo inteiro todos os anos acabou virando uma história de superação pessoal incomum.
Oito anos depois de um paciente - e persistente - tratamento, Jill Taylor recobrou todas as funções perdidas no derrame e, com uma clareza impressionante sobre cada momento durante a hemorragia no lado esquerdo do cérebro, escreveu um livro - "A cientista que curou o seu próprio cérebro", Editora Ediouro - e passou a se dedicar a palestras mundo afora, nas quais conta sua experiência.
Anteontem, Jill Bolte Taylor foi uma das convidadas do V Fórum da Longevidade, realizado pela Bradesco Seguros em São Paulo, onde especialistas de vários países discorreram sobre envelhecimento, qualidade de vida e longevidade. Ali, ela fez questão de falar sobre os avanços das neurociências e mandou a quem passa por um derrame a sua mensagem, repetida como um mantra ao longo dos anos desde a sua recuperação: "Não percam as esperanças".
O Globo
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